domingo, 22 de fevereiro de 2015

Face to Face.


E o dia de hoje ficará marcado pelo dia em que eu deixei de viver numa incerteza, numa incógnita. Obtive respostas ás minhas perguntas, não só pelas minhas perspectivas mas também pelo que os meus olhos presenciaram. A tua vida continua na mesma, a pessoa com quem tu acordas todos os dias também, tudo na tua história parece intacto, com as mesmas personagens, com os mesmos papéis, a minha é que está constantemente a mudar. Todos os dias deparo-me com novas batalhas, muitas delas ainda impossíveis de travar, o que me faz entregar ao seu desfecho e obtendo sempre o mesmo resultado, sempre a mesma situação, a de estar constantemente a recuar no tempo. Obrigo-me a reviver memórias, a reler conversas e fotografias, a relatar episódios e a chegar sempre a mesma conclusão: De que ainda não encontrei qualquer motivo para os teus comportamentos. 
Talvez nunca venha a entender, apesar de neste momento me encontrar em peças, não me vejo capaz de fazer o mesmo que fizeste, de cometer os mesmos erros, de mentir consecutivamente e dando sempre a desculpa de que o faço em forma de protecção, de elaborar esquemas e viver papéis que não são meus, a fazer-me de vítima perante situações que me parecem favoráveis de maneira a que eu posso obter o que quero. Mesmo neste estado seria incapaz de o fazer e por isso mesmo de certa forma compreendo a minha incapacidade em entender. Ainda que me considere alguém que se moldou à tua imagem, nunca irei ser uma cópia, mesmo lá chegando perto, agora olho para trás e ganho noção de tudo aquilo que deixei sem pensar duas vezes e algumas delas eu irei para sempre saborear com um arrependimento surreal. E esta é apenas mais uma certeza que junto ás poucas que ainda tenho, que mesmo inconscientemente me deixei enganar outra vez, fantasiando com episódios que te fossem trazer de volta à minha vida, criando desculpas para dar justificações à tua ausência, mesmo em segredo, mesmo sufocado, foi algo que eu guardei apenas para mim alimentando mais uma vez a esperança de que fosses voltar. Mas a verdade é que tu seguiste em frente, querendo saber apenas dos teus propósitos e objectivos, não olhas-te para trás, não quiseste saber do que deixas-te e por muito que me custe a admitir, perco a credibilidade no mundo, porque infelizmente há mesmo pessoas como tu a viver nele.