terça-feira, 25 de março de 2014

L.


Day 5;

Costuma-se dizer que quando a chuva nos presentei-a as probabilidades de nos virmos a sentir mais convictos em relação a tudo à nossa volta, é maior. Possivelmente há de funcionar para os dois lados, se vivermos felizes, cobertos de amor, com amizades fortes, a nossa vontade irá ser provavelmente passar o dia deitados no sofá, debaixo dos cobertores, com uma boa companhia, a ver um bom filme enquanto chove lá fora. 
Por outro lado, se vivermos de ilusões, de batalhas por terminar, caminhos por percorrer, com palavras entaladas na garganta, com lágrimas que teimam em não querer escorrer, tudo torna-se igualmente ainda mais real, como se passasse-mos a viver um inferno constante. 

E é isso que eu sinto. Os dias passam e eu continuo a sentir o mesmo. A mesma impotência, a mesma vontade de querer ser melhor e não conseguir. Continuo a viver com os mesmos medos, com as inseguranças de sempre... E com o passar do tempo, tudo apenas torna-se cada vez mais real. Por vezes sinto uma revolta tão grande, pois sei que não estou a fazer o que idealizei e a vontade de me sentar e não fazer nada, aumenta de minuto a minuto, como se viver com as tuas saídas e entradas na minha vida constantemente fossem algo que me fizesse viver não de forma tão sofrida. E admito que fui eu mesmo que me coloquei nessa situação, porque me deixei agarrar ao pouco que tu me davas e desse pouco fazia dele algo majestoso, que me dava cada vez mais vontade de continuar a sonhar contigo. E isso de certa forma, fazia-me mais feliz, mais realizado, embora fossem apenas sonhos, porque a realidade estava e ainda está bem longe. E agora, sinto-me completamente perdido, sem opções. Sei bem que o melhor é seguir em frente, colocar tudo aquilo que me fizeste viver atrás das costas, mas ainda recordo com saudade a forma de como as tuas palavras me acalmavam e me faziam sentir especial, capaz de enfrentar o mundo. Embora tenha noção da realidade, vou-me sentar, parar e tentar dar um pouco de paz ao meu coração, que neste momento não consegue encontrar maneira de viver com a verdade, pois ainda o ouço suplicar pelo teu abraço todas as noites, enquanto a minha cabeça me diz para seguir em frente.