sábado, 7 de julho de 2012

Iridescent.


Lembro-me de percorrer aquelas ruas sozinho, muitas das vezes, ou até maior parte, a pensar no porquê daqueles acontecimentos constantes na minha vida... Pensava sobre eles, no porquê e basicamente culpava-me pela sua existência. Pois para mim, fui sempre o culpado de tudo. De forçar atos, de tentar sem desistir. Lembro-me de me sentar na berma da estrada e olhar para o céu e fartar-me de pedir que tu mudasses, que tudo isto mais uma vez desse uma daquelas voltas, que tudo voltasse a ser como era. Nunca aconteceu. Perdi a esperança assim como a vontade de tentar, deixei-me cair num buraco que ainda hoje me mantém refém voluntário... prefiro aqui continuar. Pois tenho a noção que se voltar para cima, vou-me dar de caras com verdades, com pessoas, com existências de feridas que ainda hoje sangram sem fim. Mas enquanto aqui continuo, continuo a ouvir vozes, de quem me quer daqui tirar, de quem me diz constantemente que estar assim não é simplesmente viver, que tenho de me mexer, de voltar ao ativo. Mas não sou capaz, todas as vezes que me tento levantar, vem-me á memória todas as coisas que gostava, e fazia de tudo para puder esquecer... isso faz-me continuar aqui, completamente congelado ao chão e a chegar à conclusão que sou totalmente incapaz de sentir o que quer que seja. E como disse, prefiro assim, pois assim, não preciso de enfrentar a realidade. Mas por quanto tempo?

(nada do que escrevo, faz sentido na minha cabeça, desculpem.)