quarta-feira, 13 de abril de 2011

Será?

Ás vezes penso já ter vivido o suficiente. será normal? sempre tive a ideia na cabeça que viver, nunca é demais. mas todos os dias, a minha vida, muda, torna-se diferente, as pessoas entram e saem dela como quem vai a mercearia comprar 1l de leite. sinto-me cansado, não de viver, mas de que a minha vida mude todos os dias, muitas vezes ainda nem recuperei da ultima roda e já vejo os letreiros luminosos que dizem com letras bem grandes e gordas ''põe o cinto, vai aí mais uma''. cansa. estou cansado de não poder ser eu próprio, de não poder retomar já a vida que um dia me foi ''roubada'', quero poder olhar outra vez nos olhos dele e dizer que o amo, que ele é a minha vida, pois ás vezes ele não parece entender que ele é quem me dá vida, ele é o que faz viver, assim como levantar todos os dias da cama, mesmo sabendo que vai ser mais um dia sem ele. assim, agarro, com todas as minhas forças, a esperança, a vontade de um dia largar isto e correr para junto dele outra vez. era apenas isso que eu queria. já vi tanto, já sofri tanto, já vi tantas pessoas a chegar e logo depois a dizer adeus e muitas vezes até eu desconheço o motivo, simplesmente desaparecem até se lembrarem novamente que eu aqui continuo apesar de muitas vezes parecer que não. a verdade também, é que não me sinto em casa... não me consigo sentir eu próprio quando nem sequer me sinto bem com aquilo que me rodeia neste momento, a passar os dias fechado em casa, a olhar pela janela a vida dos outros a passar, enquanto a minha aqui continua parada, acho que não é justo. tornei-me vulnerável à dor, ás lágrimas que teimam a cair a toda a hora, ás saudades que aumentam de dia para dia, à certeza de que não é aqui que eu quero continuar. quero viver, quero a realidade que te envolve a ti em todos os dias da minha vida, quero poder sentir que estás a olhar nos meus olhos à espera que eu faça o mesmo por ti , quando mal o faço desvio logo o olhar, quero viver o que é verdadeiro, quero sentir sentimentos que sejam verdadeiramente vividos. quero-te a ti, só a ti.