sábado, 19 de março de 2011

True story, true love, true life.

Sempre de olhos bem abertos, atento a tudo o que se passava, mas ao mesmo tempo com a boca cerrada fazendo com que muitas vezes as palavras se perdessem pelo tempo. era assim que era, aliás, que eu era. eu era o Ricardo, o menino que se viu obrigado a crescer depressa, o menino que apesar de pequenino, foi durante muito tempo o porto-de-abrigo de muitas das pessoas que faziam parte da sua vida, pois elas viam que tinham ali alguém, com quem falar e brincar, alguém que as animava quando estavam tristes, que lhes limpava as lágrimas quando muitas vezes por surpresa caíam. eu era assim. eu era alguém que se cansou de viver a sua vida, para basicamente viver a dos outros, sem nunca se cansar. que simplesmente excluiu o facto de vir a ter um dia vida própria, a sua própria casa, assim como a pessoa que supostamente esta do nosso lado para tudo, o Ricardo deixou de acreditar no amor. o Ricardo deixou de se sentir capaz de amar alguém, de querer começar de novo com outra pessoa e isso fez com que ele desistisse.

mas mesmo assim, sentimentos, é algo que não se controla, é algo que por muito que nós digamos que não, mais tarde torna-se num sim. e assim foi. o Ricardo, depois de muita luta interior, deixou que alguém entrasse no seu coração e na sua vida, fez dele o mais importante e por ele sentiu-se capaz de mudar o mundo se fosse preciso. lutou e acabou por mudar aquilo que com o tempo viu que estava errado, por ele mesmo, mas não só, por eles. pois os momentos em que ele pegava no Ricardo e o abraçava, tudo o resto, perdia a importância, tudo se tornava invisível, eram só eles naquele momento, porque nunca nada pareceu ser tão correcto. 

hoje, depois da chuva, depois de ter lutado até à exaustão, as coisas parecem ter valido a pena, e muitas das vezes são esses momentos em que tudo parecia fazer sentido, em que tudo era vivido com paixão e intensidade, são essas pequeninas (grandes) coisas que o mantêm vivo, que o mantêm pronto a lutar mais uma vez se for preciso. e é isso que o Ricardo vai fazer, porque agora, o Ricardo já não é um menino, o menino cresceu e acabou por se tornar no homem que ama demasiado a pessoa que escolheu para a vida dele, para poder desistir. Por isso lutar, é algo que eu vou fazer, desistir, está fora de questão.